Novembro Vermelho alerta para a prevenção do câncer de boca

Adriana Morosini CREDITO Dayvison Nunes 2


O mês de novembro marca a campanha Novembro Vermelho, que reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de boca, uma das neoplasias mais incidentes no país. De acordo com a Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil (INCA), entre 2023 e 2025 o país deve registrar mais de 15 mil novos casos por ano apenas na cavidade oral. O tipo ocupa a oitava posição entre os cânceres mais frequentes, desconsiderando o de pele não melanoma, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.

O grande desafio, segundo a dentista Adriana Morosini, é que o câncer de boca costuma se desenvolver de forma silenciosa. Em muitos casos, o diagnóstico só ocorre em estágios avançados, quando o tratamento é mais complexo e as chances de cura diminuem.

“O principal sinal de alerta são manchas ou feridas na cavidade oral, incluindo lábios, língua, gengiva, bochechas, palato e garganta. Embora qualquer pessoa possa desenvolver a doença, homens acima dos 40 anos são os mais afetados, principalmente aqueles que fumam e consomem bebidas alcoólicas. O risco é ainda maior quando esses dois fatores estão associados”, explica a cirurgiã-dentista Adriana Morosini.

Fatores de risco

Além do tabagismo e do consumo de álcool, a especialista destaca outros fatores que aumentam o risco da doença:

  • Exposição solar excessiva, especialmente sem o uso de protetor labial;
  • Obesidade e alimentação desequilibrada;
  • Infecção pelo HPV, relacionada a casos de câncer de orofaringe;
  • Traumatismos crônicos na boca, provocados por próteses mal adaptadas, dentes quebrados ou restaurações com bordas cortantes.

Sinais de alerta

Os principais sinais que merecem atenção incluem:

  • Manchas brancas ou avermelhadas na mucosa bucal;
  • Feridas que não cicatrizam;
  • Sangramentos frequentes;
  • Rouquidão persistente;
  • Nódulos no pescoço;
  • Dificuldade para mastigar ou engolir.

“É fundamental observar qualquer ferida que não cicatriza após 15 dias. Aftas recorrentes ou prolongadas também devem ser avaliadas por um cirurgião-dentista. Esse acompanhamento é essencial para detectar precocemente lesões suspeitas”, reforça Adriana Morosini.

Diagnóstico precoce faz toda a diferença

O câncer de boca tem cura, especialmente quando identificado nas fases iniciais.

“Quando o diagnóstico é tardio, principalmente com linfonodos no pescoço, há risco de metástases. Consultas regulares com o cirurgião-dentista permitem identificar alterações precoces e aumentam significativamente as chances de sucesso no tratamento. Prevenir é sempre o melhor caminho”, orienta a especialista.

Adriana Morosini é cirurgiã dentista e implantodontista.

@dra.adrianamorosini