O cirurgião geral Sérvio Fidney explica os sinais e formas de prevenção da doença que atinge cerca de 20% dos brasileiros
Desconforto e aumento de volume em um local específico do abdômen, constipação intestinal, náuseas e vômitos, dor intensa em um ponto localizado do abdômen após tossir ou praticar exercícios físicos são alguns sinais que podem indicar hérnia na parede abdominal em um estado já avançado. Segundo a Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH), as hérnias da parede abdominal atingem cerca de 20% dos brasileiros. A maioria dos pacientes só procuram ajuda médica quando percebem o abaulamento na região, mas uma hérnia pode surgir de forma assintomática ou causando apenas pequenos desconfortos.
As hérnias da parede abdominal podem ser de diferentes tipos de acordo com o local em que surgem: inguinal, quando acontece na região na virilha, hérnia umbilical, hérnia epigástrica, um pouco acima do umbigo, e hérnia incisional, quando acontece no local de uma cicatriz anterior. “As hérnias abdominais são caracterizadas por um abaulamento e escape parcial ou total de um órgão do corpo humano por um orifício que se abre devido à má formação ou enfraquecimento nas camadas protetoras dos órgãos internos do abdômen. Elas podem aparecer sem apresentar dor, apenas inchaço, mas, se aumentarem, podem causar uma dor contínua que piora com atividades que pressionam a parte inferior do abdômen”, explica o cirurgião-geral Sérvio Fidney.
Uma hérnia pode ser congênita, ou seja, estar presente desde o nascimento em razão de uma malformação do corpo ou pode ser adquirida devido a uma fraqueza muscular na região abdominal. Algumas das causas mais comuns das hérnias abdominais são a obesidade e excesso de peso, exercícios físicos de alto impacto, esforço físico carregando muito peso, diagnóstico de tosse crônica, constipação intestinal e tabagismo.
O tratamento para as hérnias é feito com cirurgias, geralmente, programadas, e quanto mais cedo forem realizadas, de acordo com a orientação médica, é melhor para o paciente, pois o avanço das hérnias pode causar um estrangulamento. “Quando o órgão permanece no orifício da hérnia não voltando à cavidade abdominal, o fluxo sanguíneo do órgão afetado é reduzido ou interrompido totalmente, causando um estrangulamento e necrosando, podendo se romper. Nesses casos, os serviços de urgência devem ser procurados imediatamente para uma cirurgia, pois o quadro pode levar à morte”, aponta o médico.
Nem sempre é possível evitar que uma hérnia abdominal apareça, mas alguns hábitos podem ser adotados como medidas que podem diminuir o risco de seu surgimento. “Praticar exercício físico regularmente, uma dieta rica em legumes e fibras para diminuir as chances de prisão de ventre que aumenta a pressão abdominal, evitar pegar objetos pesados, parar de fumar e manter o peso ideal são algumas medidas que minimizam as chances de hérnias. É importante destacar que, em alguns casos, a hérnia pode não apresentar sintomas. Por isso é tão importante realizar exames de rotina periódicos para acompanhar o estado de saúde e identificar as doenças de forma precoce”, enfatiza o cirurgião geral Sérvio Fidney.
Sérvio Fidney é médico cirurgião formado pela Universidade Federal de Pernambuco e especialista em cirurgia bariátrica, cirurgia geral, do aparelho digestivo e cirurgia videolaparoscópica. Possui mestrado em cirurgia e residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Hospital das Clínicas – UFPE. É membro da Sociedade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica desde 2015 e preceptor da residência médica em Cirurgia desde 2011. É chefe do serviço de Cirurgia Geral e Bariátrica do Hospital Agamenon Magalhães (SUS-PE) e cirurgião da equipe do Real Hospital Português e do Hospital Memorial São José.
Instagram: @drserviofidney

