O cirurgião bariátrico Sérvio Fidney aponta como evitar a doença que é considerada um dos maiores problemas de saúde pública e está associada a uma maior probabilidade de câncer

04 de Março é o Dia Mundial da Obesidade, adotado pela Federação Internacional da Obesidade para conscientizar a sociedade sobre os riscos e o combate à doença. A obesidade é considerada como um dos maiores problemas de saúde pública e está associada como fator de risco para outras doenças. Dados do Ministério da Saúde apontam que a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas no Brasil e a estimativa apresentada pela Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation) é que, até 2035, 41% da população adulta brasileira será obesa.

“A obesidade é uma doença multifatorial, na qual a genética e os hábitos de vida são os principais fatores que influenciam no surgimento da doença, sendo os hábitos de vida inadequados, como a má alimentação e sedentarismo, os mais relevantes e passíveis de mudança. O gasto de energia precisa ser maior do que a caloria advinda do consumo de alimentos, e, quando isso não acontece, há o acúmulo de gordura resultando na doença que, além de atrapalhar a realização de atividades diárias, influencia na autoestima e aumenta o risco do desenvolvimento de doenças relacionadas”, aponta o cirurgião bariátrico Sérvio Fidney.

O especialista destaca que a hipertensão arterial, a diabetes, doenças cardiovasculares, a esteatose hepática e a síndrome metabólica estão relacionadas à obesidade. As doenças respiratórias também são mais prováveis de acometer pessoas com obesidade, como asma e bronquite, além dos problemas de mobilidade, como artrite, dores na coluna e nas costas.

Uma das doenças mais preocupantes associadas à obesidade é o câncer. O cirurgião bariátrico Sérvio Fidney explica porque há uma maior predisposição do desenvolvimento do câncer em pessoas obesas. “Essa relação ocorre por dois fatores. O primeiro é o acúmulo de gordura nas células que gera uma inflamação crônica, podendo causar alterações celulares que predispõem a formação do câncer. O segundo é relacionado à produção de fatores inflamatórios e alterações hormonais, que podem gerar um estímulo excessivo às células sensíveis a estes hormônios, como próstata, mama e ovários, o que provoca o surgimento da doença”, aponta o cirurgião bariátrico Sérvio Fidney.

Para se precaver, é crucial manter uma alimentação balanceada, saudável, com ingestão de frutas, verduras e alimentos ricos em proteínas e vitaminas, além da prática regular de atividade física. No caso das pessoas obesas que já tentaram emagrecimento através dos métodos convencionais com acompanhamento de especialistas e não obtiveram sucesso, a cirurgia bariátrica pode ser um caminho para alcançar saúde e bem-estar.

Benefícios da cirurgia bariátrica

Além da perda de peso e da redução da probabilidade de câncer em pessoas obesas, a bariátrica também proporciona outros benefícios como o auxílio no controle da pressão arterial, do diabetes e melhoria na qualidade do sono, mas, para ser submetido a este procedimento é necessário se enquadrar em alguns requisitos importantes. O paciente precisa ter mais de 16 anos e índice de massa corpórea (IMC) acima de 35 kg/m2, além de ter falhado na tentativa de perder peso de outras formas, como dietas, exercícios físicos e medicamentos, por exemplo.

“Os benefícios oferecidos pela cirurgia bariátrica devem ser considerados para pacientes obesos, principalmente aqueles com histórico familiar relevante de neoplasias, mas além da cirurgia, é necessário que o paciente deixe para trás a rotina inadequada. É preciso iniciar uma mudança de vida desde o período pré-operatório e se adaptar a novos hábitos, incluindo uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, que são fundamentais nesse processo. Somente dessa forma é possível obter resultados satisfatórios e qualidade de vida”, enfatiza o especialista.

Sérvio Fidney é médico cirurgião formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista em cirurgia bariátrica, cirurgia geral, do aparelho digestivo e cirurgia videolaparoscópica. Possui mestrado em cirurgia e residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Hospital das Clínicas – UFPE. É membro da Sociedade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica desde 2015 e preceptor da residência médica em Cirurgia desde 2011. É chefe do serviço de Cirurgia Geral e Bariátrica do Hospital Agamenon Magalhães (SUS-PE) e cirurgião da equipe do Real Hospital Português e do Hospital Memorial São José.

Instagram: @drserviofidney