Celebrado em 13 de abril, o Dia do Beijo é uma data que celebra o afeto, o romantismo e as conexões humanas, mas também serve como um lembrete importante sobre os cuidados com a saúde da boca. Embora seja um gesto comum e carregado de sentimentos, o beijo pode ser uma via de transmissão para vírus e bactérias presentes na cavidade oral. Por isso, manter uma boa higiene bucal é essencial, não apenas por estética ou frescor, mas como uma forma de cuidado consigo mesmo e com o outro.
Como evitar o mau hálito?
Para aproveitar o Dia do Beijo sem receios, o primeiro passo é garantir que o hálito esteja em dia. O mau hálito, ou halitose, pode ser um verdadeiro vilão quando se fala em proximidade. “Escovar os dentes após cada refeição, usar fio dental diariamente, higienizar a língua com raspador e optar por enxaguantes bucais sem álcool são medidas simples que fazem toda a diferença e devem ser incluídas na rotina”, orienta a explica a dentista Joseane Vaz, mestre em reabilitação oral pela São Leopoldo Mandic, Campinas/SP e sócia da CIEB Implantar.
Ela ainda faz um alerta importante: quando o mau hálito é persistente, pode estar associado a problemas mais sérios. “A halitose de maneira recorrente pode indicar gengivite e periodontite, que precisa de uma atenção especial do cirurgião dentista, Em alguns casos, a também pode ser um indicativo de condições sistêmicas, como gastrite, diabetes, úlceras estomacais, doenças hepáticas, intestinais ou até mesmo certos tipos de câncer”, acrescenta a especialista.
Doenças que podem ser transmitidas pelo beijo
Entre as doenças que podem ser transmitidas pelo beijo, estão a mononucleose, o herpes labial e a candidíase oral. Essas infecções muitas vezes passam despercebidas por não apresentarem sintomas ou por manifestarem sinais semelhantes aos de gripes e resfriados.
“Essas condições são transmitidas pela saliva, e a chance de contágio aumenta quando o sistema imunológico está enfraquecido. É importante lembrar que uma pessoa pode estar com o vírus do herpes mesmo sem apresentar lesões visíveis”, alerta a cirurgiã bucomaxilofacial Taciana Abreu, doutora em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Universidade de Pernambuco (UPE).
A especialista destaca ainda que a prevenção envolve atitudes como evitar beijos em pessoas desconhecidas e não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos, talheres e batons, além de lavar sempre as mãos antes de levá-las à boca. “Se você estiver com alguma dessas doenças, é essencial não expor outras pessoas ao risco. Durante o período de recuperação, o mais indicado é evitar o contato direto”, completa.
Fique atento aos sinais
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Feridas nos lábios
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Manchas brancas na língua
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Dor ao engolir
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Febre
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Dor de cabeça
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Mal-estar
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Dores musculares
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Ínguas no pescoço
A cárie é transmitida pelo beijo?
Essa é uma dúvida comum. Embora a cárie em si não seja contagiosa, a bactéria responsável pelo seu desenvolvimento pode, sim, ser transmitida pela saliva. “A cárie não é diretamente transmitida pelo beijo, mas as bactérias que a causam podem passar de uma pessoa para outra. No entanto, para que a cárie se desenvolva, é necessário um ambiente propício: acúmulo de restos de alimentos nos dentes que levam à desmineralização da superfície do dente”, explica a cirurgiã dentista Joseane Vaz.
O risco real, segundo aponta a cirurgiã bucomaxilofacial Taciana Abreu, está na rotina negligente de cuidados com a saúde bucal. “Desenvolver cárie está diretamente ligado à falta de higiene adequada e à ausência de consultas preventivas ao dentista. Uma boca bem cuidada é muito mais resistente, mesmo diante do contato com essas bactérias”, alerta.
Taciana Abreu é cirurgiã dentista implantodontista e doutora em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Universidade de Pernambuco (UPE). Coordena a residência de cirurgia bucomaxilofacial do Hospital Getúlio Vargas (HGV-PE)
Joseane Vaz é especialista em endodontia e reabilitação oral, que inclui prótese removível, prótese fixa e sobre implantes. Mestre em reabilitação oral pela São Leopoldo Mandic, Campinas/SP.



